Novos velhos desafios
Donkey Kong Country Returns é o primeiro deles. Donkey Kong Country foi uma trilogia de sucesso do Super Nintendo protagonizada (nem tanto) pelo gorila homônimo. Os três jogos estão entre os meus favoritos de todos os tempos. Depois disso, vários outros "Donkey Kongs" foram lançados, mas nenhum deles tinha o "Country" no nome. Nenhum chegou também a atingir o mesmo sucesso que os 3 jogos do SNES. O que chegou mais perto foi o Donkey Kong 64 (para, adivinhem, o Nintendo 64). Provavelmente colhendo os louros da trilogia, ainda recentes na época.
Portanto, o que mais chama a atenção nesse jogo não são seus dois primeiros nomes. São os dois últimos. Eles dão a entender que esse jogo será o retorno da trilogia. E com ela, todos os elementos que fizeram desses jogos o que eles são. A maneira de jogar, a ambientação, enfim... tudo aquilo que faltou nos jogos seguintes.
Mas as notícias que surgiram depois não foram muito animadoras para os fãs. Os Kremlings (inimigos de traços crocodilianos, os mais tradicionais da série) não devem retornar. O Chefe final dos três jogos (e de outros que vieram depois), King K. Rool, também não foi confirmado. As fases aquáticas (que todo mundo ama odiar) devem passar longe dessa versão. Até mesmo os animais que serviam de montaria (e eram de grande auxilio) para a dupla de macacos protagonista correm o risco de ficar de fora. Claro que boa parte dos fãs ficou revoltada. Afinal, se você decide reviver uma série depois de 15 anos e retira dela quase todas as suas marcas registradas, talvez fosse melhor criar uma nova.
Apesar dessas controvérsias, é fácil perceber que estão apostando na nostalgia com esse jogo. As fases são em 2D e os gráficos em 2.5D. Provável influência do sucesso de New Super Mario Brothers Wii. Os personagens protagonistas - Donkey e Diddy - são os mesmos do primeiro jogo. Penso que o maior desafio para as séries de videogame de hoje seja inovar sem perder a essência. O jogo não pode parar no tempo, mas também não pode abrir mão das características que o diferenciam.
Primeiro 2D. Depois 3D. Agora é 2D de novo. Ou melhor, 2.5D
Quando voltaram a produzir um novo game, decidiram radicalizar: fizeram tudo em 3D. Não só isso. Decidiram matar (matar de vez) um dos personagens mais famosos da série: Liu Kang. Mortal Kombat: Deadly Alliance era o nome desse renovado jogo. Não recuperou o prestígio de anos atrás, mas colocou Mortal Kombat de volta ao cenário dos games. Os dois jogos seguinte, Mortal Kombat: Deception e Mortal Kombat: Armageddon, seguiram basicamente a formula do Deadly Alliance, com algumas alterações aqui e ali. A popularidade se manteve estável.
Veio depois o primeiro cross-over da série: Mortal Kombat vs. DC Comics. Foi estranho ver um jogo de Mortal Kombat com Batman, Superman e Mulher Maravilha. Mas a jogabilidade já ensaiava um retorno ao 2D. Foi o que acabou acontecendo no jogo anunciado agora. Mortal Kombat volta às raízes que o consagrou. Até os personagens por hora confirmados são provenientes da época de ouro. Para felicidade dos saudosistas e tristeza dos progressitas.
Tanto Donkey Kong quanto Mortal Kombat tentaram inovar ao longo da história. Mas acabaram reféns de seu próprio sucesso. Hoje parecem buscar um recomeço. Não podem mais contar com o fator surpresa que ajudaram as duas séries no início (DK chamava a atenção pelos gráficos avançados para a época; MK, pela violência gratuita), então apelam para a nostalgia. Com algumas pitadas de inovação.
PS: Donkey Kong Country 2 é o melhor jogo que existe. Fato. Continuei sendo fiel ao Mortal Kombat mesmo em seus momentos mais difíceis. Acho que serei a única pessoa no planeta a sentir falta dos jogos 3D.