Há uns bons anos, em alguma sexta série da vida, tive de fazer um trabalho de escola sobre os astecas. Era um trabalho em grupo, na verdade. Então ficou definido que cada integrante seria responsável por pesquisar uma parte diferente da história deles. No meu caso, fiquei com o fim da civilização pré-colombiana. Nada muito complicado. Bastava falar da dominação espanhola, formação do México, etc.
Fiz a tal pesquisa (que, na época, significava copiar trechos da Barsa mudando uma palavra ou outra) e preparei o que iria apresentar. Porém, alguns dias antes da apresentação, uma outra pessoa do grupo apareceu com um texto que tinha encontrado na internet e achou que eu deveria lê-lo e incluí-lo no trabalho.
Abro um parentêsis para lembrar como funcionavam as "pesquisas de internet" no longíquo ano 2000. Diferentemente de hoje, quando basta você digitar "astecas" no Google, para cair na Wikipedia e simplesmente copiar o conteúdo (ou, na melhor das hipoteses, encontrar links para textos e sites com mais credibilidade sobre o tema), naquela época, digitava-se "astecas" em algum site de busca pouco eficiente, que abria vários links para sites sobre o tema, sem diferenciar muito bem o que era lixo e o que era sério.
Pois bem, para comemorar esse marco importante da minha vida, decidi procurar esse texto de novo. Usando algumas palavras-chave, consegui localizá-lo (não tenho certeza absoluta se era esse texto exatamente, mas as informações parecem bater com as minhas recordações). Segue ele aí, pra vocês tirarem suas próprias conclusões:
A derrocada veio tão rapidamente quanto a sua ascensão. Em nome da Igreja Católica e da Monarquia do Velho Mundo, os conquistadores espanhóis Hernández de Córdoba, Grijalva e Hernán Cortés, chegaram em 1517 no México, conquistaram e destruíram a civilização Asteca, erguendo sobre as ruínas do templo de seu deus mais importante, uma catedral cristã. A prisão do Príncipe Montezuma e sua submissão direta a Hernán Cortés e Fernán Pizarro. Humilhado e submetido aos favores dos espanhóis, Montezuma foi decepado. Por incrível que possa parecer, a civilização asteca simplesmente desapareceu. Várias são as hipóteses para sua "fuga". Uma delas alega que o massacre dos astecas teria impelido os membros da civilização a debandarem para a Floresta da América Central. Outra hipótese, coadunada por ufólogos e fanáticos em discos voadores, afirma que os astecas eram seres extraterrestres ou produtos híbridos, que teriam retornado aos seus planetas de origem, assim que a missão tivesse sido concretizada. Poucos indícios revelam o paradeiro desse povo misterioso. Entretanto, por volta de 1988 uma equipe de reportagem de uma TV de El Salvador encontrou um achado um tanto desconcertante. Incrustadas na parede de um templo estavam escritas, em náuatle (língua tradiocional dos astecas), as palavras:
"Nós voltaremos no dia 24 de dezembro de 2.010".
O texto veio assim mesmo. Sem autor, sem fonte, sem data de publicação. Mas decidimos jogá-lo no meio do trabalho. Embora eu estivesse falando sobre o fim da civilização asteca, era importante salientar que aquele poderia não ter sido exatamente o fim. Como ficaria a minha cara se eles resolvessem voltar 10 anos depois?
Terminada a apresentação, continuei com aquilo na cabeça por algum tempo. Será que eles vão voltar mesmo? Será que estarei vivo em 2010 para ver? Aos poucos, fui perdendo a curiosidade. Comecei a me preocupar com outras coisas e a desenvolver um ceticismo maior em relação ao "sobrenatural". Nos anos subseguintes, ainda lembrava da "profecia", vez ou outra. Mas 2010 ainda parecia longe. E a história, cada vez mais absurda.
Quando chegou 2010, havia me esquecido completamente dos astecas. E como eles não voltaram, imagino que eles também acabaram se esquecendo da promessa. Uma pena. Quando todo mundo estivesse chocado com o retorno deles, seria legal poder dizer que eu já sabia de tudo com dez anos de antecedência. Mas não foi dessa vez. Que merda! Tem alguma outra profecia obscura marcada por esses dias?
