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domingo, 9 de janeiro de 2011

Frases que odeio...

... mas ouço sempre #3

"Respeito sua opinião."

Essa sempre surge depois de uma discussão mais pesada e quase sempre é mentirosa. O que as pessoas querem realmente dizer é: "Vamos parar por aqui antes que eu arrebente seus dentes com uma marreta, abra sua caixa toráxica com um pé-de-cabra, enfie doze flautas doces pelo seu cu e perca todo o respeito que tenho por você". E é exatamente por isso que ela me incomoda. Por que usar eufemismos? Por que não dizer exatamente o que você quer dizer?

Além de mentirosa, essa frase acaba dando a entender que você precisa respeitar opiniões contrárias às suas. E muita gente passa a exigir respeito às suas opiniões. E, na boa, opiniões não foram feitas para serem respeitadas. Opiniões servem para serem debatidas, argumentadas, testadas, confrontadas, expostas, repensadas e, se depois de tudo isso ela não se sustentar, descartadas sem dó.

E convenhamos: você mesmo não respeita opiniões diferentes. Dependendo do assunto em questão, você costuma:

a) rir de tal opinião
b) sentir raiva de quem expressa tal coisa
c) rolar os olhos e ignorar aquele monte de abobrinhas
d) baixar a cabeça em tom de negação e dizer: "esse aí não sabe nada".

Podem existir outras opções, mas é bem pouco provável que alguma se aproxime a isso: "ah, olha que legal, não concordo com absolutamente nada do que esse cara está falando, mas eu respeito tudo o que ele diz". Viu? Nem faz sentido uma frase dessas.

Outa coisa: você NÃO É a sua opinião. Quando alguém diz que a SUA OPINIÃO é idiota, ela não está, necessariamente, TE chamando de idiota. Muito menos te "censurando" (sério, quando a carta do "respeite a minha opinião" falha, a pessoa sempre vem com o papo de que está sendo censurada). Censurar é não permitir que sua opinião seja acessada por outros. Dizer que ela é uma bosta é só a opinião daquela outra pessoa sobre a sua opinião. A qual você também não precisa respeitar.

Acho que, ultimamente, precisamos respeitar menos as opiniões e mais as pessoas. É só a minha opinião. E ela não precisa ser respeitada.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Frases que odeio...

... mas ouço sempre #2

"Você é tão quietinho, né?"

Ouvi isso a vida toda. Na escola, na faculdade, nas festas de família, no curso de inglês, no curso de informática, na academia... quase todas as pessoas que acabam de me conhecer parecem ter uma obsessão em destacar o fato de eu não falar muito. Ou simplesmente não falar nada. E hoje, quando eu cometo a besteira de revelar a alguém que eu sou formado em jornalismo, sai de baixo. Para alguma dessas pessoas, essa é uma contradição tão grande que seria capaz de romper as barreiras das dimensões de tempo e espaço, mudar a rota gravitacional do planeta e provocar uma extinção em massa da espécie humana.

O pior é que essa frase não costuma vir sozinha. Às vezes, ela é acompanhada pela igualmente irritante “Você fala?”. Sim, é infalível. Quase todo mundo que ouve a minha voz pela primeira vez acha que esse é um evento digno de nota. Eu até suspeito que, se um saleiro de levantasse da mesa e começasse a cantar e dançar alguma coreografia da Mary Poppins, a pessoa não ficaria tão surpresa quanto.

Resumindo: sim, eu sou quieto e sim, eu falo. Acho que pelo menos 90% das pessoas que convivem comigo teriam capacidade suficiente para perceberem isso sozinhas, sem que ninguém precise avisá-las.


Se eu não falo com você, talvez eu não me sinta a vontade ainda para isso. Ou então, talvez eu não ache que não valha a pena. E se quando eu finalmente resolver conversar com você, você vier com uma dessas duas frases – ou derivadas – repensarei se eu vou mesmo querer manter contato.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Frases que odeio...

... mas ouço sempre #1

"Não tem erro!"

É sempre assim. Você precisa chegar em algum lugar que você não sabe onde é. Alguém aparece para explicar: "Segue reto a avenida, faz a rotatória, anda uns três querteirões, vira as direita, daí você vai ver uma casa amarela de portão laranja. É lá. Não tem erro!"
Isso me incomoda porque comigo sempre tem erro. E dúvidas. "Você tá falando daquela avenida que passa na frente da escola ou da que passa atrás?" "Quando você diz 'fazer a rotatória', é 'fazer a rotatória' toda ou só contorná-la?" "'Uns três quarteirões'? Isso abre uma margem de erro de dois a cinco quarteirões. Quantos exatamente eu preciso andar" (Mesmo que seja especificado, eu acabo perdendo a conta). E o pior de tudo é não encontrar nenhuma casa amarela de portões laranja depois. Ou pior. Encontrar três delas na mesma rua.
Não tem erro pra você, que sabe onde é.